quinta-feira, 30 de julho de 2009

BRIC: Gigantes dúbios (2° parte)


O consumidor e a inflação global de seus anseios

Não foram poucos os economistas que chamaram a China de motor e balança da inflação mundial, no que dizia respeito a bens de consumo. Enquanto os grande produtores e pioneiros europeus e norte americanos confeccionavam seus produtos a um alto valor agregado e a custos e preços relativamente altos.


Embora exista euforia quanto ao mercado chinês e suas expectativas, como oportunidade para a negociação e venda de insumos por parte de outros países, não podemos esquecer que a China é um dos equilíbrios da inflação mundial, tendo em vista que caso não houvesse os plagiadores chineses, talvez um mp3 ou mp4 custasse muito mais do que se vê no mercado, pois os grandes produtores se viram obrigado (neste caso APLE entre outros), a recuarem seus preços devido ao genérico chinês que é de longe mais barato.


Esse quadro, exposto acima, pode ser abordado não apenas no caso dos mp3, mas por quase todos os segmentos de mercado, de maneira que a China sempre possuíra um genérico, bem mais barato, para suprir a necessidade daquele que não podia pagar, por exemplo, R$ 400,00 em um IPOD. Essa mudança de paradigma pode afetar o consumidor mundial com relação ao preço de venda, ou seja classes mais baixas poderão não ter mais acesso a produtos que anteriormente a China proporcionava por um preço bem baixo, ou obrigava o concorrente norte americano a baixar tornando o produto mais acessível a todas as classes. Por fim, o consumidor voltará a ser aquele que pode ou não pode pagar, simplesmente, por um produto.


O fator mão de obra que anteriormente era tão atrativo para países que adentravam a China tem sido colocado a prova, pois um trabalhador industrial custava para o empresário cerca de US$ 0.54, o que é de indignar qualquer um que viva em um país com as mínimas condições possível. Esse cenário mudou, e está mudando, as novas leis trabalhistas da China de maneira que recentemente foram aprovados pontos que elevam o custo da hora de trabalho e uma série de benefícios, antes não abordados. Um cenário que custará, digamos, bem mais caro que anteriormente, estima-se cerca de 400% a 700%.


Esse crescimento abusivo de países como China e Índia (produtores em escalas gigantescas devido a sua mão de obra), valorizará sua mão de obra e obrigara aos mesmos a se profissionalizar e passar a dispensar os devidos direitos a sua população, como já está acontecendo na China. Algumas multinacionais que entraram em busca de mão de obra barata têm se visto obrigadas a mudar suas filiais e parques tecnológico do país devido as nova medida de valorização trabalhista da China, que estão reestruturando a força trabalhista aumentando seus direitos, sendo assim o preço do trabalhador chinês.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

BRIC: GIGANTES DÚBIOS (PARTE 1)

CHINA: Cenário e Posição em um mundo que já possui um LÍDER


Certamente, poucos países terão uma posição mais prestigiada no mundo, nos próximos anos, que a China. O potencial produtivo deste gigante é incontestável, mas fazer com que essa máquina mandarim produza de forma sustentável será um desafio que custará ao governo chinês quantias jamais imaginadas, caso contrário os danos provocados no mundo, meio ambiente, pela sua produção “suja” custará muito caro.

A China não possui uma infra-estrutura para produzir de forma sustentável em proporção ao seu crescimento – e esta longe disso. Este país não possui nem ao menos água potável o suficiente para toda sua população de maneira que 70% dos seus rios estão poluídos, sem contar o grau crescente de contaminação por arsênio, que já ultrapassou os limites entendidos como normal de contingência. Além disso, em seu rápido desenvolvimento como quarta economia do mundo a China luta contra a poluição do ar.

O país é o que mais emite chuva ácida, que causa a formação de dióxido de enxofre, e muitos analistas esperam que ele ultrapasse os Estados Unidos neste ano como o maior emissor de gases causadores do efeito estufa com um PIB que representa um pouco mais da metade do PIB norte americano.

O fato é que por mais que a China possua todo esse potencial, a especulação que a coloca na dianteira, sobre os EUA é sem tamanho. Que o gingante possui potencial é certo, mas para quebrar a liderança Norte americana será preciso muito que um século, pois a velocidade e a barganha que os EUA possuem nos dias atuais, fora o parque tecnológico bélico e um governo bastante pertinaz, obriga a China amadurecer em todos os aspectos, caso contrário seu crescimento em nada mais surtirá efeito senão, no crescimento do PIB de um país a qualquer custo, que poluirá muito mais que os EUA produzindo menos, e que terá um povo tão pobre quanto à décadas passadas, ou seja, sairá de um comunismo declarado para um Capitalismo extremo em que o dinheiro todo passará para as mãos dos empresários e a população continuará na extrema miséria.

Não estou dizendo que os EUA não perderá sua liderança, e sim que a China precisa se posicionar aos novos padrões de produção mundial, de maneira que a mesma não possui um aparato tecnológico que responda. Os EUA têm investido, constantemente, em fontes de energia de limpa como a eólica, solar, elétrica, etc, com o intuito de causar menores impactos ambientais. A China iniciou seus primeiros passos, mas o fato é que o líder mundial está a diversos passos dados a frente e saindo de uma crise de grandes proporções e que o tornará ainda mais forte e estratégico.

A China, apenas, está iniciando o seu processo e precisará de muito mais que, simplesmente, mão de obra em grande quantidade para alcançar a eficiência e sustentabilidade que os EUA está buscando. A diferença ainda é um abismo entre esses dois gigantes e a China precisará de diversas décadas para se recompor e preparar seu país para produzir de forma sustentável.

É importante não esquecer de citar a Índia como um país que está em uma situação bem parecida com a China no que tange a infra-estrutura. De maneira que 60% da população não têm acesso à energia elétrica e este, realmente, um grande problema para a Índia, pois a energia é um insumo básico para a produção. É difícil imaginar um país como esse assumindo a liderança, em poucas décadas, da forma como especuladores apontam sem ter alguns pontos básicos.

Os Estados Unidos certamente terá que começar a correr, pois os países emergentes podem estar distantes do que o mesmo representa, mas no futuro ele terá que dividir o palco com esses novos atores (mesmo sendo o maior deles). O mundo terá paises cada vez mais produtivos, portanto, mais próximos dos Estados Unidos, embora alcançar este gigante seja uma tarefa árdua e a “longíssimo prazo”, de maneira que para diminuir essa distância o EUA terá que acelerar seu ritmo de crescimento e seus investimentos objetivando acelerar a busca por energia limpa e desenvolvimento de tecnologias, buscando assim uma diferenciação cada vez maior.

Se preparar para enfrentar um mundo altamente competitivo como o vivenciado é a principal missão da China. A quantidade de reformas, em todos os aspectos, que este país terá que promover enriquecerá ainda mais organizações norte-americanas e outras espalhadas pelo globo. É um desafio que valerá a pena assistir e esperar que o meio ambiente ganhe um aliado e não o maior de todos inimigo em potencial.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

ABERTURA - PIB X PNB

PIB X PNB

Sumário Executivo

O administrador de empresa é um profissional que aborda não apenas o que tange a sua área de atuação, pois este profissional é cobrado dia a dia a estar mais próximo do que se pode chamar “profissional multidisciplinar”. De maneira que não é mais suficiente um administrador que seja bom nisto ou naquilo, pois o mercado tem cobrado cada dia mais conteúdo, dentre outras coisas, em sua estrutura de formação.

Não é raro encontrar administradores que são muito bons no quesito especificidade, mas que perdem pontos quando o seu escopo de atuação é cingido por questões que saem dessa esfera. Um administrador não é mais avaliado, simplesmente, por ser profundo conhecedor de finanças, ou marketing, ou recursos humanos, etc. Mas não conhece, pelo menos, o básico das áreas como: psicologia, sociologia, filosofia ou como este esse artigo se propõe economia.

Os administradores aprendem na faculdade que “economia é a ciência que aloca recursos distribuindo de forma racional em lugares específicos”. Mas, e o vocabulário que exige do administrador uma compreensão prática quando se esta assistindo um noticiário e ouve algo do tipo “a balança comercial fechou negativa”, ou “a conta corrente do país cresceu 3% frente ao último ano”, ou “o PNB do Brasil está crescendo de forma tremenda frente às aquisições feitas em outros países”. É engraçado que muitas pessoas ouvem essas notícias, às vezes até mesmo comentam, mas não se preocupam em entender de fato. Apenas ouvem e cumprem a missão de assistir o seu jornal diário.

Pela razão exposta acima criei essa série de artigos que tem como finalidade proporcionar um vocabulário inteligível que incite a busca de outras compreensões, tendo em vista que entender de economia, no mínimo seu vocabulário básico, é uma obrigação de administradores que tem visão sistêmica e vivem em face de um mundo tão globalizado que tem se exposto a crises que são, perfeitamente, compreensíveis do ponto de vista da economia.

O meu compromisso é tentar confrontar alguns entendimentos que, embora, tenham alguns pontos similares em sua compreensão total possuem diferenças hercúleas. Por essa razão é preciso investigar para não “pagar o velho mico” ou simplesmente para não se perder no momento em que ouvir a divulgação do valor PNB e espalhar que é o PIB. Engraçado, recentemente um amigo fez essa confusão, por isso me senti tentando a escrever a respeito e espero ajudar.

PNB x PIB

O PIB como a própria sigla aponta é Produto Interno Bruto, em outras palavras é tudo aquele que se produz nas fronteiras de um país e apenas nestas. Sejam produtos, sejam serviços, caso sejam dispensados em território nacional, serão computados no valor do PIB.

Um ponto que alguns bons entendedores se esquecem muitas vezes no conceito do PIB é que ele descarta a comercialização de insumos, também chamados de bens de consumo intermediários. A razão é simples, quando se computa os insumos utilizados na fabricação de um livro, por exemplo: celulose (para formar as folhas), tinta (para pintar a capa), etc, esta correndo o risco de computar esse valor duas vezes, como assim? O livro será computado duas vezes, sendo a primeira no processo de fabricação (comercialização dos insumos), e a segunda na comercialização do livro propriamente dito, o que dobraria o valor do livro. Por essa razão não se computa insumos. E sim, apenas, os bens de consumo reais e os serviços finais, com a finalidade de evitar a dupla contagem da cadeia de produção.

O PNB, Produto Nacional Bruto, é um indicador mais fiel ao comportamento produtivo de uma nação, pois além de computar o que o PIB aborda, ele também considera os bens e serviços produzidos no exterior a partir de uma empresa nacional. O exemplo: A Friboi é uma empresa brasileira e a maior exportadora de carne do mundo. Esta empresa fez diversas aquisições de frigoríficos nos Estados Unidos, portanto gera receita no exterior. Para efeitos do PIB a receita liquida gerada por essa empresa no Exterior e enviada para o Brasil, não são computadas, mas para o PNB essa receita líquida deve ser acrescida, pois é capital nacional no exterior, mas que retornou aos pais de origem.

De uma forma prática o PNB é.

PNB Brasileiro = PIB + Receitas Enviadas para o Brasil - Receitas enviadas ao Exterior.

No caso de investimentos por parte de multinacionais enviadas para o nosso país, o PNB também acrescerá no que tange a receitas enviadas para o Brasil, no entanto, o capital que essa multinacional enviar para o exterior será subtraída do PNB a partir das receitas enviadas ao exterior.

É preciso levar em conta que o cálculo do PNB possui uma cobertura mais abrangente que o PIB, mas o comum é encontrar a divulgação do PIB, raramente a do PNB. Pois, o sistema acredita que o importante é o que se produz dentro das fronteiras de seu país. O que não é bem verdade em mercado tão aberto e que tende a crescer cada vez mais para fora (outros países). O Brasil possui diversas empresas que também estão presentes no exterior como por exemplo: a Vale, Friboi, Grupo X, Sadia, Marcopolo, Perdigão, Votorantim, etc.

Uma nação precisa estar atenta ao PNB, pois é ele quem proporciona o equilíbrio do que sai e entra de um país do ponto de vista de investimentos, recebimentos e envios de capital, de maneira que, a depender do grau, é possível ter sua contabilização prejudicada no processo devido à necessidade de enviar remessas para o exterior.

Caso tenham alguma dúvida voltada à área de administração com um todo, ou entendimento de algum vocabulário ou questões econômicas estou a disposição no email: ramonbarrosadm@gmail.com

Take care