quinta-feira, 14 de maio de 2009

BRIC: GIGANTES DÚBIOS (PARTE 1)

CHINA: Cenário e Posição em um mundo que já possui um LÍDER


Certamente, poucos países terão uma posição mais prestigiada no mundo, nos próximos anos, que a China. O potencial produtivo deste gigante é incontestável, mas fazer com que essa máquina mandarim produza de forma sustentável será um desafio que custará ao governo chinês quantias jamais imaginadas, caso contrário os danos provocados no mundo, meio ambiente, pela sua produção “suja” custará muito caro.

A China não possui uma infra-estrutura para produzir de forma sustentável em proporção ao seu crescimento – e esta longe disso. Este país não possui nem ao menos água potável o suficiente para toda sua população de maneira que 70% dos seus rios estão poluídos, sem contar o grau crescente de contaminação por arsênio, que já ultrapassou os limites entendidos como normal de contingência. Além disso, em seu rápido desenvolvimento como quarta economia do mundo a China luta contra a poluição do ar.

O país é o que mais emite chuva ácida, que causa a formação de dióxido de enxofre, e muitos analistas esperam que ele ultrapasse os Estados Unidos neste ano como o maior emissor de gases causadores do efeito estufa com um PIB que representa um pouco mais da metade do PIB norte americano.

O fato é que por mais que a China possua todo esse potencial, a especulação que a coloca na dianteira, sobre os EUA é sem tamanho. Que o gingante possui potencial é certo, mas para quebrar a liderança Norte americana será preciso muito que um século, pois a velocidade e a barganha que os EUA possuem nos dias atuais, fora o parque tecnológico bélico e um governo bastante pertinaz, obriga a China amadurecer em todos os aspectos, caso contrário seu crescimento em nada mais surtirá efeito senão, no crescimento do PIB de um país a qualquer custo, que poluirá muito mais que os EUA produzindo menos, e que terá um povo tão pobre quanto à décadas passadas, ou seja, sairá de um comunismo declarado para um Capitalismo extremo em que o dinheiro todo passará para as mãos dos empresários e a população continuará na extrema miséria.

Não estou dizendo que os EUA não perderá sua liderança, e sim que a China precisa se posicionar aos novos padrões de produção mundial, de maneira que a mesma não possui um aparato tecnológico que responda. Os EUA têm investido, constantemente, em fontes de energia de limpa como a eólica, solar, elétrica, etc, com o intuito de causar menores impactos ambientais. A China iniciou seus primeiros passos, mas o fato é que o líder mundial está a diversos passos dados a frente e saindo de uma crise de grandes proporções e que o tornará ainda mais forte e estratégico.

A China, apenas, está iniciando o seu processo e precisará de muito mais que, simplesmente, mão de obra em grande quantidade para alcançar a eficiência e sustentabilidade que os EUA está buscando. A diferença ainda é um abismo entre esses dois gigantes e a China precisará de diversas décadas para se recompor e preparar seu país para produzir de forma sustentável.

É importante não esquecer de citar a Índia como um país que está em uma situação bem parecida com a China no que tange a infra-estrutura. De maneira que 60% da população não têm acesso à energia elétrica e este, realmente, um grande problema para a Índia, pois a energia é um insumo básico para a produção. É difícil imaginar um país como esse assumindo a liderança, em poucas décadas, da forma como especuladores apontam sem ter alguns pontos básicos.

Os Estados Unidos certamente terá que começar a correr, pois os países emergentes podem estar distantes do que o mesmo representa, mas no futuro ele terá que dividir o palco com esses novos atores (mesmo sendo o maior deles). O mundo terá paises cada vez mais produtivos, portanto, mais próximos dos Estados Unidos, embora alcançar este gigante seja uma tarefa árdua e a “longíssimo prazo”, de maneira que para diminuir essa distância o EUA terá que acelerar seu ritmo de crescimento e seus investimentos objetivando acelerar a busca por energia limpa e desenvolvimento de tecnologias, buscando assim uma diferenciação cada vez maior.

Se preparar para enfrentar um mundo altamente competitivo como o vivenciado é a principal missão da China. A quantidade de reformas, em todos os aspectos, que este país terá que promover enriquecerá ainda mais organizações norte-americanas e outras espalhadas pelo globo. É um desafio que valerá a pena assistir e esperar que o meio ambiente ganhe um aliado e não o maior de todos inimigo em potencial.

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